Memória é um tema caro aos maduros – nada menos do que 25% dos prateados a partir de 60 anos manifestam perda gradual dela. Existem treinamentos variados para prevenir ou amenizar esse problema. Agora, uma nova possibilidade se abre: a de reverter o problema a partir da injeção de um líquido cerebral, o líquido cefalorraquidiano (LCR), de indivíduos mais jovens.

Esse líquido entra e sai da matéria cinzenta do cérebro em ondas, ajudando a eliminar resíduos e banhando o tecido com proteínas, ou fatores de crescimento, cruciais para o desenvolvimento normal. Com o avanço da idade, a quantidade desse líquido diminui, o que também já foi relacionado ao aumento de risco de doença de Alzheimer e outros distúrbios neurológicos.

Cientistas da Universidade Stanford (EUA) usaram um pequeno tubo e uma bomba para introduzir no cérebro de camundongos de 18 meses (o equivalente a 60 anos em humanos) o LCR de camundongos no início da fase adulta. Exames revelaram que a medida aumentou a produção de mielina, uma espécie de “capa” que protege os neurônios de danos.

O estudo, publicado na Nature, mostrou também que um fator de crescimento específico, denominado Fgf-17, é a molécula que responde pela volta da memória. Com a introdução do LCR dos camundongos mais jovens, o Fgf-17 estimulou no cérebro dos mais maduros o crescimento das células produtoras da camada de mielina.

Os resultados iniciais são promissores em termos de transposição do tratamento para humanos. A GRIZZ aguarda com enorme interesse os avanços nessas pesquisas.

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