“A longevidade é uma oportunidade para criar uma sociedade mais justa e inclusiva”. Foi assim que o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, se pronunciou durante o 54º Fórum Econômico Mundial, realizado em janeiro deste ano, em Davos, na Suíça.

Com a presença de 2.500 líderes de 100 países, incluindo chefes de Estado, CEOs e acadêmicos, foram discutidas tendências globais como o envelhecimento populacional e a economia prateada, que deve gerar US$ 16 trilhões até 2030. Os números são mesmo impressionantes: de acordo com estudos, a população acima de 60 anos deve crescer de 1 bilhão em 2020 para 2,1 bilhões em 2050, um aumento de 80%.

Longevidade e integração geracional

Klaus Schwab, presidente-executivo do Fórum Econômico Mundial, ressaltou a importância da longevidade como uma das principais tendências do século 21, destacando que ela terá um impacto profundo em todos os aspectos da sociedade.

Melinda French Gates, cofundadora da Fundação Bill & Melinda Gates, enfatizou a necessidade de integração geracional, afirmando que é crucial que as gerações mais velhas e mais jovens colaborem e aprendam umas com as outras.

Os participantes discutiram diversos desafios a serem superados para garantir uma longevidade saudável e produtiva, além de projetos públicos e privados para assegurar essa condição. No setor de saúde, por exemplo, a longevidade está levando a um aumento da demanda por cuidados de longo prazo. Algumas propostas:

Adoção de novas tecnologias para facilitar a sociabilidade e locomoção de pessoas da terceira idade.
Foco na prevenção de doenças que acometem os maduros (Alzheimer, catarata, demência, entre outras).
Desenvolvimento de novas formas de financiamento da saúde e assistência social para a terceira idade.
Criação de programas de apoio para cuidadores.

A longevidade está transformando a educação corporativa e aumentando o número de profissionais ativos, que permanecem no mercado de trabalho por mais tempo. No entanto, quase 40% dos cidadãos enfrentam instabilidade financeira devido a imprevistos como desemprego e doenças.

Françoise Bettencourt Meyers, presidente do conselho da L’Oréal, afirma que é crucial investir em educação e formação profissional para que as pessoas adquiram as habilidades necessárias para trabalhar e viver por mais tempo. Satya Nadella, CEO da Microsoft, complementa que as empresas devem revisar suas políticas de trabalho e aposentadoria para acomodar uma força de trabalho mais diversa em termos de idade.

Princípios da economia da longevidade

O Fórum Econômico Mundial lançou o relatório “Princípios da Economia da Longevidade”, abordando desafios e oportunidades relacionados ao envelhecimento global, com foco em segurança financeira e vida saudável. Os principais objetivos são:

Garantir a segurança financeira: Quase 40% das pessoas enfrentam instabilidade financeira após interrupções de carreira, como doenças. A colaboração público-privada é essencial para apoio.
Proporcionar acesso universal à educação financeira: Apenas 33% da população é alfabetizada financeiramente, aumentando desigualdades e falta de perspectivas.
Facilitar e promover o envelhecimento saudável: Com 20% da vida impactada por doenças e custos médicos crescentes, o acesso equitativo à saúde é fundamental para o bem-estar.
Desenvolver competências e empregos para todas as idades: 25% dos profissionais com 55 anos ou mais querem trabalhar, mas enfrentam barreiras. A evolução tecnológica requer atualizações de habilidades.
Promover a conexão e o propósito social: Fatores sociais são cruciais para uma longevidade saudável, ajudando a reduzir problemas de saúde associados ao isolamento.
Assegurar a inclusão da diversidade: Os benefícios da longevidade devem ser distribuídos de forma equitativa, com foco em equidade salarial e previdenciária.

A GRIZZ retoma as conclusões do Fórum Econômico Mundial e entende que esses pontos são imprescindíveis para uma longevidade sustentável e transformadora.

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