A problemática situação econômica do Brasil deixa muita gente com dificuldade para pagar até contas que podem parecer baixas, mas cuja quantia faz diferença para essas vidas sofridas. Há quase dois anos no ar, um webapp está ajudando a amenizar um pouco esse quadro: o projeto Garrafa no Mar.

A proposta é do carioca Alexandre Caruso, que trabalha em uma aceleradora de startups e leu na época um artigo sobre experiências feitas com garrafas lançadas ao mar. Veio-lhe então o estalo: por que não ajudar essas pessoas cuja renda havia caído drasticamente criando uma forma de colocar suas contas básicas de consumo para outros com mais recursos pagarem?

Não é complicado participar. Quem está em dificuldade faz seu cadastro, cria um breve perfil e registra o código de barras dos boletos mais urgentes. Depois, é esperar para que um “anjo” (que pode ser de qualquer lugar do mundo) pague. Os “anjos”, aliás, também entram pelo mesmo caminho e, ao se cadastrarem, escolhem a opção de que querem ajudar e podem escolher, na aba Contas, os boletos em aberto, com respectivo código de barras. Tudo muito simples e transparente, como deve ser uma rede solidária.

O Garrafa no Mar não conta com nenhuma participação de governos ou empresas. O dinheiro não passa por intermediários – vai diretamente para as empresas emissoras dos boletos. A simplicidade da proposta tem dado resultado: até o fim da primeira semana de janeiro, o projeto contabilizava 1.872 beneficiados e 1.667 doadores.

Na maioria, os pagamentos envolvem valores entre R$ 100,00 e R$ 200,00, mas há contas de apenas R$ 20,00 inscritas. Às vezes, até boletos de valores mais altos encontram seu “anjo”. A GRIZZ considera essa iniciativa uma peça louvável na engrenagem necessária para reduzir a desigualdade no Brasil.

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