Carla Madeira, mineira de Belo Horizonte que completa 60 anos em outubro, é a escritora mais vendida do Brasil em 2023 na categoria ficção, segundo dados da Nielsen. A autora de “Tudo é Rio”, “Véspera” e “A natureza da mordida” superou a marca de 155 mil livros (e um total de mais de 500 mil exemplares vendidos na carreira).

Suas obras estão sendo traduzidas para países como México, Itália e Rússia. Recentemente, seu best-seller “Tudo é Rio” foi eleito o livro do ano em Portugal, premiação concedida pela conceituada rede de livrarias Bertrand, a maior e mais antiga do país lusitano.

Publicada pela editora local Quixote+Do em 2014, a obra tornou-se uma febre durante a pandemia de Covid-19, graças aos clubes de leitura, levando ao seu relançamento sete anos depois pela editora Record. Carla atribuiu o sucesso à “complexidade” do livro. “É sagrado e profano, poético e cru, com um Deus carrasco e acolhedor.”

Adaptações para o audiovisual a caminho 

“Tudo é Rio” teve seus direitos de adaptação cedidos à produtora Boutique Filmes, que transformará a obra em filme, e atualmente está na fase de desenvolvimento do argumento.

Já “A Natureza da Mordida”, de 2018, e “Véspera”, de 2021, devem virar séries transmitidas pela HBO. Em meio a esse turbilhão, a autora e publicitária, que segue à frente da agência de comunicação Lápis Raro há quase quatro décadas, dedica-se, “sem previsão de terminar”, ao seu quarto livro. “Estou trabalhando arduamente, pelejando, como dizemos aqui em Minas”, afirma a autora.

Geração convive com sucesso de público e crítica 

Carla Madeira faz parte de uma geração de escritores nacionais que têm popularidade combinada com reconhecimento da crítica, como o baiano Itamar Vieira Junior, autor de “Torto Arado”, e o carioca Jeferson Tenório, cujo livro “O Avesso da Pele” esteve no centro de uma polêmica após ser censurada pelos governos de Goiás, Mato Grosso do Sul e Paraná.

“Essa turma está fortalecendo nossa literatura, mostrando o valor de encontrar histórias com aderência na sociedade, próprias do lugar de onde viemos, sem deixar de ser universais”, comemora Carla. Com trajetórias distintas, ela ressalta que, no seu caso, a escrita não surge “a partir de uma pauta social, compromisso com um tema ou acerto de contas”. A realidade social aparece porque, “ao olhar o mundo em que vivo, essa tem sido a lógica dos acontecimentos”, analisa Carla.

Carla Madeira faz jus ao Dia do Escritor!

Carla Madeira é um exemplo brilhante de como a literatura brasileira contemporânea pode ser profunda, popular e extremamente reconhecida. Com sua habilidade em criar histórias que ressoam tanto a nível local quanto universal, ela se destaca como uma das escritoras mais influentes da atualidade. 

No Dia do Escritor, a GRIZZ homenageia Carla Madeira por sua contribuição inestimável à literatura brasileira e por inspirar tantos leitores e aspirantes a escritores. Seu trabalho não só enriquece o panorama literário, mas também demonstra a força da narrativa e da criatividade.