‘TORTO ARADO’: LUTA E ESPERANÇA CONTRA ESCRAVIDÃO MODERNA
O romance best seller brasileiro Torto Arado, do geógrafo baiano Itamar Vieira Junior, tem uma trajetória para lá de inusitada. O livro foi inscrito no prêmio LeYa, de Portugal, em 2018; venceu e foi publicado inicialmente lá. Em 2019, a editora Todavia comprou os direitos para lançá-lo aqui. A obra ganhou os dois principais prêmios literários brasileiros, o Jabuti e o Oceanos, em 2020, e vem causando furor nas redes sociais.
Segundo a Todavia, em março as vendagens brasileiras já haviam superado 100 mil exemplares. Os direitos do livro foram vendidos para Alemanha, Bulgária, Croácia, Eslováquia, Estados Unidos, França, Itália, México e Peru, e há planos para transformá-lo em filme.
Por trás do sucesso há uma história forte, que Vieira Junior, de 41 anos, analista agrário do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), define – assim como muitos de seus leitores – como “bem brasileira”. Ela acompanha a vida das irmãs Bibiana e Belonísia, marcadas por um acidente de infância e que vivem em condições de trabalho escravo contemporâneo em uma fazenda na Chapada Diamantina.
O sertão baiano, as relações de servidão (amostras de um escravagismo mal resolvido), a discriminação racial e a questão da terra compõem o asfixiante cenário da obra, em que a sobrevivência se torna possível a partir da esperança e dos laços de solidariedade e parentesco que vão estabelecendo através do tempo. Com uma prosa de qualidade invejável, Torto Arado merece toda a fama conquistada.
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