Diz-se, com frequência, que muita gente não aparenta a idade que tem – em relação à data de nascimento, alguns parecem ser mais novos, enquanto outros estariam mais entrados em anos. O fator de avaliação básico para isso é o estado do rosto, mas outros métodos, mais científicos, estão surgindo graças à inteligência artificial (IA).

No mais recente deles, cientistas japoneses desenvolveram um modelo avançado de IA que utiliza radiografias de tórax para estimar com precisão a idade cronológica de um paciente. Detalhe importante: quando há desacordo, isso pode sinalizar uma correlação com doenças crônicas.

De acordo com o estudo, publicado na revista The Lancet Health Longevity, os pesquisadores, da Universidade Metropolitana de Osaka, desenvolveram o modelo de IA e o aplicaram a radiografias de pacientes com doenças conhecidas para analisar a relação entre a idade estimada pela inteligência artificial e cada doença.

Foram utilizadas inicialmente 67.099 radiografias de tórax de indivíduos saudáveis realizadas em três instituições. Depois somaram-se a elas 34.197 radiografias de pacientes de duas outras instituições cujas doenças eram conhecidas.

Os resultados revelaram que a diferença para cima entre a idade estimada pela IA e a idade real do paciente foi positivamente correlacionada com diferentes doenças, como hipertensão, hiperuricemia (alta taxa de ácido úrico no sangue) e doença pulmonar obstrutiva crônica. Ou seja, quanto maior a idade estimada pela IA em relação à idade cronológica, maior a probabilidade de os indivíduos apresentarem essas doenças.

Os cientistas japoneses pretendem avançar nessa pesquisa e aplicá-la para estimar a gravidade de doenças crônicas, prever a expectativa de vida e possíveis complicações cirúrgicas para os pacientes. Sem dúvida, um aproveitamento positivo para a ainda tão controvertida inteligência artificial, considera a GRIZZ.

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