Hoje com 74 anos, a britânica Petra Wenham vende saúde, mas sua situação em 2015 era bem diferente: uma colite grave custou-lhe um mês de internação em hospital e 30 quilos perdidos. O sofrimento, no entanto, foi a chave para a solução de um dilema com o qual conviveu a vida toda. E mais um exemplo de sucesso a ilustrar a causa da diversidade sexual, avalia a GRIZZ.

Petra – um consultor de segurança cibernética aposentado – tomou ali uma decisão que mudou sua vida. A leitura de um blog na internet cujo autor optou por fazer a transição de gênero após pisar num caco de vidro deflagrou o processo, e Petra – casado, com dois filhos e netos – decidiu seguir o mesmo caminho.

Na infância, Petra, cujo pai morreu cedo, já fazia aos 5 anos incursões como travesti, vestindo roupas da mãe. Mas o processo foi sufocado depois, e o garoto se adaptou ao mundo masculino, embora ficasse tímido e retraído. Ao conhecer sua futura esposa, Loraine, sentiu ter encontrado sua alma gêmea, e não demorou mais que seis meses para casar-se, em 1973. Loraine sabia do hábito anterior de Petra de travestir-se, mas ambos consideravam que aquilo não era motivo de preocupações maiores.

Ao receber alta em 2015 para preparar-se para uma cirurgia intestinal, Petra contou a Loraine sobre sua decisão. Nem precisou ser operado: tratando-se com probióticos, resolveu o problema. E passou a viver como mulher, embora só se encaminhasse para uma clínica de transgêneros em 2017.

Virou ícone da causa, mesmo sem intenção, e foi a primeira transexual a ser capa da revista WI Life, do Women’s Institute. Ao lado de Loraine, que continua sua cônjuge, Petra confessa: “Estou muito, muito confortável na minha pele.”

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