O jornalista californiano Ken Campbell, 71 anos, nunca gostou de esportes, mas uma emergência o levou a mudar isso: já na casa dos 60 anos, ele decidiu acompanhar a mulher, Susan, depois que ela machucou o pé e precisou de apoio para voltar a correr com seu grupo de maratona. Campbell começou caminhando, e acima do peso – estava com 90 kg no início. Mas o tempo foi passando, Susan se recuperou e ele – com o peso diminuindo – começou a tomar gosto pelo exercício. Aos 63 anos, ele percorreu 50 km; aos 70, completou uma ultramaratona de 100 km.

Campbell não vê a ultramaratona exatamente como esporte – para ele, é “uma atividade”. Ele disse ao jornal The Guardian que foi conquistado pelo grupo da mulher numa ocasião em que a equipe foi correr em trilhas no sopé da Sierra Nevada, perto de sua casa em Citrus Height. Mesmo sob chuva e com calçados inadequados, ele curtiu o contato com a natureza, a história da região (ali era ponto de passagem de índios e mineradores de ouro) – e achou que poderia se sair melhor.

Foi o que aconteceu, com o ápice atingido na ultramaratona, que ele completou em 16 horas. A mesma prova teve a participação de Susan e de Grace, a caçula das três filhas do primeiro casamento de Campbell. Grace era seu “anjo da guarda”, recolocando-o no rumo quando as pernas e o cérebro do pai entravam numa espécie de desacordo.

Campbell segue correndo entre 30 km e 40 km por semana, mesmo caindo com frequência e dizendo que seu joelho precisa ser trocado. Mas nem pensa em parar. “Se não posso correr, vou andar”, disse. Que assim seja, espera a GRIZZ.

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