A britânica Daphne Selfe tornou-se modelo em 1949, quando essa profissão não havia conquistado todo o glamour que tem hoje. Ela, então com 21 anos, venceu um desfile de moda promovido numa pequena loja onde trabalhava, no oeste de Londres. O prêmio: uma capa na revista Reading & Berkshire Review.

Uma agência soube do concurso e incluiu a moça em seu book. Daphne abraçou a nova profissão e trabalhou como modelo até se casar, em 1954. Nos anos 1960, mãe de três crianças, ela tentou voltar à profissão, mas o mundo da moda já estava na época da magérrima Twiggy e não havia espaço para gerações mais antigas.

Em 1998, poucos meses depois de o marido morrer, Daphne recebeu um telefonema com um convite para desfilar em passarela na London Fashion Week. Ela aceitou e, aos 70 anos, foi ovacionada pela plateia. A imprensa saudou-a como um novo momento na moda, de greynaissance (algo como “renascimento grisalho”), e a revista Vogue a chamou para uma entrevista na semana seguinte, que lhe rendeu desde então presença no book da agência London e contratos para desfiles para marcas como Dolce & Gabanna e Olay.

Homenageada em 2019 com a Medalha do Império Britânico por sua contribuição para o mundo da moda, Daphne não pensa em parar, mesmo que os netos achem seu trabalho “hilariante”. Criado há nove anos, seu perfil no Instagram tem 60 mil seguidores. “Quando a vida é tão interessante, por que devo desistir até que ela desista de mim?”, disse à revista Telegraph Magazine. Não deve desistir mesmo, apoia a GRIZZ.

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