A chegada da pandemia de covid-19 privou Ciro Fernandes, artista plástico paraibano de 80 anos radicado no Rio de Janeiro, de um de seus maiores prazeres: receber pessoas em seu ateliê, no bairro da Lapa, para bater papo e mostrar suas obras. Nesse caso, como em tantos outros, porém, a porta fechada significou a abertura de outra: o filho Bruno o ajudou a abrir uma conta no Instagram, onde ele passou a exibir suas obras e a interagir com gente de todo o mundo. Já são mais de 41 mil seguidores, e vendas agora internacionais, para países como Estados Unidos, Itália e Austrália. O projeto avançou e agora Ciro tem um site (cirofernandes.com.br), com mais informações, notícias e diversas imagens do trabalho do artista, além de uma loja virtual.

Ciro é um mestre da xilogravura (gravura feita a partir de uma matriz de madeira) e tem uma forte ligação com a arte de cordel de sua região natal. Obras suas ilustram muitos livros e álbuns musicais, num leque que abrange Gilberto Freyre, Guimarães Rosa, Ferreira Gullar, Rachel de Queiroz, Zé Ramalho e Chico Science, entre outros.

São mais de seis décadas de trabalho, e Ciro não dá sinais de que vá parar. Mas já não gosta muito de aceitar encomendas. “Eu tenho preferência por não trabalhar”, disse ao Estadão. “Mas, quando sou obrigado, faço gravura, pinto, faço violões.”

O artista quer voltar a receber visitas, e algumas estão ocorrendo, por agendamento. A GRIZZ espera que Ciro possa retomar logo sua rotina de conversas com seu público e obras de sucesso mundo afora

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