O montanhista norte-americano Yvon Chouinard, que completa 84 anos em novembro, aliou seu interesse pela vida ao ar livre às atividades profissionais, e foi de sua necessidade de economizar em materiais de escalada que surgiu em 1973 a Patagonia, uma das mais conhecidas marcas de roupas e equipamentos esportivos do mundo.

Chouinard não poderia dar mostra maior de filantropia ao anunciar, em 14 de setembro, a doação de seu negócio, hoje avaliado em cerca de US$ 3 bilhões, a um fundo e a uma organização sem fins lucrativos voltados para a preservação da natureza. A nova configuração destina os lucros não reinvestidos na administração do negócio – cerca de US$ 100 milhões por ano, atualmente – à causa climática.

A Patagonia já doa 1% de seus lucros anuais para pessoas e entidades comprometidas com práticas sustentáveis. Chouinard disse querer fazer mais, pois, como observou em um comunicado aos clientes, os recursos da Terra não são infinitos e “está claro que ultrapassamos seus limites”. Ele declarou que havia pensado em vender a Patagonia e usar os recursos na causa ambiental, mas se decidiu pela fórmula anunciada porque assim ainda é possível manter o controle do negócio.

O fundo Patagonia Purpose Trust, liderado pela família Chouinard, continua a ser a acionista controladora da empresa, com 2% do seu total de ações. Ele vai orientar as atividades da Holdfast Collective, instituição de caridade voltada para a área ambiental que fica com as ações sem direito a voto — cerca de 98% da empresa. É uma ideia original que certamente vai frutificar, acredita a GRIZZ.

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