Saiba mais sobre o novo remédio contra Alzheimer aprovado nos EUA
Uma novidade impactante sobre a doença de Alzheimer surgiu em 6 de julho nos Estados Unidos: a FDA, agência federal norte-americana que regula alimentos e remédios, concedeu aprovação total a uma nova droga injetável para pacientes nos estágios iniciais da doença, denominada Leqembi (lecanemab). Paralelamente a isso, o Medicare, programa do governo dos EUA de assistência à saúde para maiores de 65 anos, comprometeu-se a cobrir 80% dos custos do medicamento, que gira em torno de US$ 26.500 (cerca de R$ 130 mil) por ano.
As duas iniciativas deverão dar um impulso considerável ao consumo do Leqembi, inicialmente no mercado norte-americano. Mas especialistas consideram que há fatores importantes a levar em conta antes que o remédio seja de fato receitado e recomendam, por enquanto, muita cautela.
Em primeiro lugar, vale sublinhar que a nova droga, um produto da japonesa Eisai e da norte-americana Biogen cujo alvo é o acúmulo de proteína beta-amiloide no cérebro, não cura o Alzheimer, nem mesmo estanca o seu progresso. Sua característica principal é retardar o declínio cognitivo em pacientes na fase inicial da doença – segundo uma pesquisa, essa desaceleração ocorre em cerca de cinco meses num intervalo de 18 meses. Em estágios mais avançados da moléstia, o Leqembi não faz efeito.
Vários analistas consideram que, em certos casos, o atraso obtido no avanço do Alzheimer compensa, pois o paciente se mantém mais tempo capaz de fazer diversas atividades sem ajuda. Em outros, porém, o resultado é pouco ou quase nada perceptível.
Por outro lado, há um risco de efeitos colaterais que deve ser posto na balança. Na pesquisa citada, 13% das pessoas que tomaram o remédio registraram inchaço ou sangramento no cérebro leve ou moderado, que se resolveu por si só. Mas é possível que o problema assuma proporções mais sérias, a ponto de a FDA exigir que o remédio seja vendido com tarja preta pelo risco de seu consumo levar a “eventos graves e com risco de vida”.
A FDA também recomenda aos médicos que exames constatem o acúmulo de proteína beta-amiloide no cérebro do paciente antes que o Leqembi seja receitado para ele. Por ora, portanto, uma boa dose de cautela ainda é necessária para que esse avanço no combate ao Alzheimer seja confirmado, considera a GRIZZ.
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