O costume de assumir os cabelos grisalhos, o chamado “orgulho prateado”, já adotado por diversas atrizes e figuras do mundo das artes, da cultura e da moda, vai aos poucos avançando na sociedade, e incluindo não só maduras. Até mulheres de menor idade que já convivem com fios brancos estão perdendo a vergonha de ostentá-los em público.

O cabelo branco é mais habitualmente associado às prateadas, pela senescência das células, mas pode começar cedo – há mulheres que começam a tê-los ainda na casa dos 20 anos. Os fatores que levam a isso incluem a genética: segundo a dermatologista e tricologista (especialista em cabelo) Juliana Annunciato, ouvida pelo O Estado de S.Paulo, se a pessoa puxou a textura e o tipo de fio do seu pai ou da sua mãe e perguntar com quantos anos eles ficaram grisalhos, terá uma ótima noção do que ocorrerá com ela.

A moda que privilegia a juventude levou a maioria das mulheres a esconder esses fios, mas o trabalho exigido para isso é contínuo e em geral envolve o uso de produtos químicos. A pandemia de covid-19 fez muita gente – forçada a viver algum tempo longe das tinturas – a repensar o assunto, e a conclusão foi que usar cabelo branco não muda em nada sua essência e é um ótimo motivo de autovalorização.

Por serem mais porosos e perderem mais facilmente a hidratação, os cabelos brancos merecem cuidados específicos, como o uso de produtos com óleos que protegem os fios, lembra o tricologista Tharik Bonomo, também entrevistado pelo Estadão. De resto, o movimento não para de avançar – e, observa a GRIZZ, já não há vergonha nenhuma em participar dele.