Em 2020, o britânico de origem ganesa Herbie Mensah, 64 anos, que vende moda vintage no Portobello Market, em Londres, olhou para as roupas acumuladas no armário sob a escada de sua casa. Eram peças de designers importantes, mas tinham buracos. Munido de tesoura e alfinetes, Mensah decidiu reciclar o material. A primeira peça que produziu foi um vestido feito a partir de bolsos para guardar sapatos, e o comerciante gostou do resultado. Levou para Portobello, assim como as produções seguintes – calças com estampas sobrepostas e jaquetas cortadas e emendadas –, e as encomendas se empilharam.

O sucesso transformou a vida de Mensah e sua família. O ateliê, antes na cozinha da residência, foi levado para um estúdio perto de sua casa no noroeste de Londres. As roupas também são vendidas por seu site e pelo Instagram. A esposa cuida da parte administrativa, e ele próprio e três de seus quatro filhos atuam como modelos das peças produzidas.

Mensah tinha uma longa ligação com a moda e as roupas. Seu pai vestia-se com roupas confeccionadas por um alfaiate, sua mãe fazia trabalhos por peça para lojas de rua. Quando jovem, ele foi modelo de designers como Vivienne Westwood e John Galliano. O negócio de moda vintage em Portobello surgiu nos anos 2000 e Mensah passou a investir mais nele exatamente pouco antes da covid-19.

Reciclar roupas é uma atividade tão revigorante para Mensah que, segundo ele disse ao The Guardian, pode trabalhar 24 horas nisso com a sensação de só se passaram cinco minutos. É um daqueles casos em que todos saem beneficiados – o criador, o cliente e o planeta, assinala a GRIZZ.