A cirurgia de catarata avançou muito nas últimas décadas, e atualmente é considerada um procedimento simples e bem seguro. Mas, em pleno Mês da Visão, cuja data-símbolo é lembrada mundialmente no dia 12 de outubro, essa ainda não é a impressão predominante entre boa parte das pessoas em nosso país. Segundo o estudo De Olho na Catarata – uma Pesquisa Alcon 2023 (Alcon Eye On Cataract Survey 2023), realizado com o apoio da Alcon, líder mundial em cuidados com a visão, 35% dos brasileiros acreditam que a operação é dolorida e 64% pensam que é preciso usar curativos depois da intervenção cirúrgica. Além disso, 30% não sabem que o tratamento é realizado por meio do implante de uma lente intraocular no olho do paciente.

Para o dr. Gabriel Gorgone, médico cirurgião oftalmologista no Hospital Israelita Albert Einstein e membro do Ambulatório de Córnea e Lentes de Contato da Unicamp, boa parte desse desconhecimento pode ser explicada porque as informações de ponta sobre o tema estão com os médicos especialistas – mesmo os oftalmologistas generalistas não conhecem muito sobre o assunto. Como, no entanto, não existe tratamento preventivo para a catarata e a cirurgia é a única opção para corrigir o problema, é importante que as pessoas interessadas busquem ativamente essas informações.

 “A cirurgia não dói, é rápida – leva de 10 a 15 minutos –, tem baixíssimo risco e altos níveis de satisfação”, salienta o dr. Gorgone. “Ela geralmente não precisa de anestesia geral, mas de um colírio de aplicação local. A recuperação também é extremamente rápida – em um ou dois dias, o paciente já vê grandes resultados da cirurgia, e em uma semana, no máximo, o resultado final.” Não há curativos envolvidos – o paciente deixa o local da operação com grandes óculos escuros de plástico, e isso é tudo.

Quando se fala em lente intraocular, muitos ainda pensam em algo complicado de implantar. A ideia vem dos primeiros tempos de uso dessa ferramenta, mas ela evoluiu muito com o tempo.

Atualmente, observa o dr. Gorgone, de fato a oferta desse produto no Brasil começa com a chamada “lente do SUS”, ou “lente dos convênios”, basicamente uma lente corretiva simples e não dobrável, que exige uma cirurgia de maior porte para ser implantada. Mas há diversas outras opções, que envolvem fatores como dobrabilidade (a lente dobrável depois se abre no interior do olho, e a operação para implantá-la é menos agressiva), grau e filtro de luz azul.

As lentes mais avançadas disponíveis aqui podem inclusive resolver simultaneamente outros problemas de visão. “Temos pacientes com lentes multifocais dentro dos olhos que tratam astigmatismo, miopia e presbiopia”, afirma o dr. Gorgone.

O especialista ressalva, porém, que o cirurgião precisa conhecer bem a saúde do paciente para indicar a lente mais adequada a ele. De qualquer modo, no balanço final, o fim da introspecção em que os pacientes de catarata viviam antes da cirurgia e sua redescoberta do mundo visível são gratificantes, afirma o médico.

Alcon – Outubro/2023 – BR-CORP-2300034