Mobilidade reduzida é um fator a ser levado em conta em viagens, mas nunca deve ser considerado um obstáculo insuperável. O maranhense Luiz Thadeu Nunes, engenheiro agrônomo aposentado de 63 anos de idade (e quatro décadas de casado), é um magnífico exemplo disso: depois de sofrer um acidente de carro em 2003, passar por 43 cirurgias e despender cinco anos em recuperação, ele já visitou 143 países, usando muletas. Sua meta, ele proclama, é conhecer todos os 194 países do mundo – algo já palpável. Segundo Nunes, essa é a forma de resgatar tanto tempo parado em leitos hospitalares e no repouso forçado em casa.

Nunes sempre gostou de viajar, e como ex-funcionário do Incra andou por boa parte do Brasil. Foi no trabalho que aconteceu o acidente que o deixou tanto tempo no estaleiro: o motorista do carro atendeu o celular e o veículo bateu em um caminhão. O agrônomo prateado quebrou o fêmur e ainda contraiu uma bactéria por causa da fratura exposta. A recuperação foi cheia de percalços, e em certo momento os médicos falaram em amputar sua perna. Nunes não aceitou, e lutou muito para voltar a andar.

Esse retorno não foi simples, mas surgiu um fato que serviu de estímulo definitivo: um de seus filhos estava estudando na Irlanda e pediu que Nunes o visitasse. Outro filho o ajudou, e a viagem deu certo. Foi a primeira de muitas.

As experiências de viagem de Nunes renderam o livro Das Muletas Fiz Asas: A História do Viajante Que Venceu Suas Limitações e Ganhou o Mundo (Versos Editora), lançado em agosto. Vale a pena conhecer, recomenda a GRIZZ.