Longevidade saudável é desafio do 1º banco genômico de maduros
Até recentemente, quando se falava em bancos genéticos, o que havia à disposição eram dados de europeus e asiáticos. O Brasil mudou esse panorama. Um estudo liderado por pesquisadores da USP e publicado na Nature Communications no início de março sequenciou o genoma de 1.171 pessoas acima dos 80 anos em São Paulo. O objetivo é compor o primeiro banco genômico brasileiro (o maior da América Latina) dessa faixa etária e buscar identificar fatores genéticos associados à longevidade saudável.
Sabe-se que há lugares do mundo, as chamadas Blue Zones – como a Sardenha (Itália) e Okinawa (Japão) –, que são exemplos de vida longa e com saúde, e os cientistas procuram encontrar fatores genéticos que ajudem a explicar isso. Mas o que explicaria ser longevo em São Paulo, uma megalópole poluída, de vida agitada e estressante? O sequenciamento feito deve ajudar a esclarecer isso, acreditam os pesquisadores.
Uma das particularidades encontradas é que, em vez dos cerca de 70 milhões de variações genéticas (que diferenciam uma pessoa da outra) apresentadas em outros bancos, o brasileiro exibe 78 milhões. O número é justificável pela miscigenação comum no nosso país, incluindo também componentes africanos e indígenas.
Outra descoberta é que variantes genéticas identificadas como patogênicas (que podem produzir doenças) nos bancos internacionais aparecem nos brasileiros estudados, mas sem causar nenhum problema neles. Isso pode indicar que a classificação anterior precisa ser revista. O trabalho brasileiro deve trazer muitas outras novidades nesse campo, acredita a GRIZZ.
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