Os tsimanes, povo da Amazônia boliviana, têm lições importantes para todos os leitores da GRIZZ que desejam prolongar a vida em boa forma. Em estudos anteriores, os cientistas já haviam se surpreendido com a saúde cardiovascular desses indígenas. Uma pesquisa publicada em maio deste ano na revista Journal of Gerontology, Series A: Biological Sciences and Medical Sciences mostrou outro detalhe impressionante: a redução do volume cerebral que ocorre com a idade é 70% mais lenta nos tsimanes do que nas populações ocidentais. A perda acelerada de volume cerebral pode ser um sinal de demência.

A equipe internacional de pesquisadores que fez a descoberta mais recente entende que a explicação para essa qualidade de vida em idade avançada está fundamentalmente ligada ao estilo de vida dos tsimanes. A maior parte da população dos países industrializados é mais sedentária e segue uma dieta rica em gorduras saturadas. Os tsimanes, por sua vez, são extremamente ativos fisicamente e consomem uma dieta rica em fibras que inclui vegetais, peixe e carne magra.

Para o autor correspondente do estudo, Andrei Irimia, da Universidade do Sul da Califórnia (EUA), as recentes descobertas sugerem que a atrofia cerebral pode ser substancialmente retardada pelos mesmos fatores de estilo de vida associados a um risco muito baixo de doenças cardíacas.