A chilena Isabel Allende, escritora latino-americana que mais vendeu livros na história, já há algum tempo gostava de dizer que tinha 80 anos, mas eles de fato chegaram em 2 de agosto de 2022 e, segundo ela, não significam de modo algum interromper o trabalho. Ela mantém o hábito de, todo dia 8 de janeiro, começar a escrever um novo livro. 

Isabel está no terceiro casamento – os primeiros duraram 29 e 28 anos, respectivamente. O atual, com o advogado norte-americano Roger Cukras, já dura quase três anos, e deixa o marido feliz “como uma criança que irá ao circo”, conta ela.

Uma queixa sua é que o feminismo não enxerga as maduras: depois da menopausa, é como se elas desaparecessem, diz ela. Mas a vida continua, e Isabel tem se cuidado: exercita-se diariamente, tem um preparo melhor do que apresentava há 15 anos e continua apreciando o sexo tanto quanto na juventude – mas agora a prática tem um sentido de urgência, ressalta.

A escritora é tema de uma minissérie autobiográfica lançada no Brasil pelo canal Lifetime, Isabel: A História Íntima da Escritora Isabel Allende. Em três episódios, a obra se concentra no livro Paula, de 1994, em que Isabel aborda a doença e a morte de sua filha Paula, aos 29 anos.

Rememorar esses momentos não foi fácil, mas hoje a autora encara essa experiência com serenidade: “Vou me aproximando do fim da minha própria vida e da ideia da morte, de que tudo termina. Vou me desprendendo das coisas e me despedindo das pessoas, coisa que minha filha não teve tempo de fazer”. Um aprendizado árduo, mas tranquilizador, observa a GRIZZ.