Graça Sousa: a madura que puxou a fila da família no ensino superior
A baiana Maria das Graças Sousa Santos, auxiliar de enfermagem, é uma guerreira. De origem humilde, ela não só cursa serviço social na Universidade de Brasília, onde entrou aos 58 anos, como ajudou a filha e o neto a seguir sua trajetória no ensino superior.
Graça começou a trabalhar aos 7 anos, para ajudar a mãe e os irmãos. Aos 18 anos, seguiu para São Paulo, onde foi copeira na casa de uma família que a matriculou numa escola pública. Ela gostava de estudar, mas só aguentou a jornada trabalho-escola por seis meses.
Aos 23 anos, engravidou. A filha, Ítala, ficou com ela nos dois primeiros anos; depois, foi deixada com a avó. Mais dois anos e a própria Graça voltou para o lar materno. O sustento da família a levou a trabalhar em Brasília, no Rio Grande do Sul e até na Suíça.
No Distrito Federal, aos 37 anos, Graça fez um curso de auxiliar de enfermagem, pois “sempre estava cuidando de alguém”. Em 2004, concluiu o ensino médio e tentou enfermagem na UnB. Ítala teve um filho, os trabalhos se acumularam e Graça não passou. Mas não desistiu. Em 2014, enfim entrou na UnB, e viu o exemplo frutificar: em 2015, Ítala passou no Instituto Federal de Brasília (IFB), e em 2016, o neto, Raphael Leopolldo Sousa Menezes, ingressou em ciências da computação na UnB.
Graça passou apertos nesse período – vendia doces na UnB e a renda caiu drasticamente com a pandemia, e só conseguiu repor o computador quebrado com o auxílio de uma vaquinha virtual. Mas hoje, aos 66 anos, está prestes a concluir o curso e faz planos para o futuro profissional. É um modelo de esforço a ser conhecido, considera a GRIZZ.
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