Diversidade é a tônica da Bienal de São Paulo 2023
A 35ª edição da Bienal de São Paulo – o maior evento de arte contemporânea do hemisfério sul, aberto em setembro – promete surpreender e desafiar seus visitantes até o término da mostra, em 10 de dezembro.
Quem for ao prédio da Bienal (Av. Pedro Álvares Cabral, s/n, portão 3, Pavilhão Ciccillo Matarazzo, Parque do Ibirapuera) vai deparar, já de início, com paredes temporárias fechando todo o vão central do edifício. O estranhamento à espera dos inúmeros conhecedores dessa construção está relacionado ao objetivo de levar os espectadores a ter uma perspectiva diferente do que estão vendo e abrir-se para a diversidade.
Segundo José Olympio da Veiga Pereira, presidente da Fundação Bienal de São Paulo, o momento atual do mundo exige soluções para questões urgentes e a arte pode nos ajudar a encontrar algumas das respostas buscadas.
Com curadoria de Diane Lima, Grada Kilomba, Hélio Menezes e Manuel Borja-Viellel, o evento, cujo tema é “Coreografias do Impossível”, tem o objetivo de estimular o surgimento de respostas relacionadas a temas como acesso à justiça, à liberdade e à igualdade por meio da exposição de cerca de 1.100 obras de diferentes linguagens (algumas delas na foto acima, de Rovena Rosa/Agência Brasil). Esses trabalhos são assinados por 121 artistas de várias partes do mundo, dos quais 80% são não brancos, de acordo com a organização.
A diversidade já está presente no início do percurso, no espaço de ativação Sauna Lésbica, no qual áudios e vídeos dão voz e visibilidade a mulheres lésbicas e suas experiências. Outra obra instigante é “Nos matando suavemente… com suas músicas, preces, alfabetos, mitos e super-heróis” (em inglês, “Killing us softly… with their S.P.A.M.S.”), do cineasta e artista filipino Kidlat Tahimik, uma abordagem do neocolonialismo na qual Inhabian, deusa dos ventos filipina, surge soprando em direção a Marilyn Monroe, que segura seu vestido esvoaçante.
Até a cozinha do evento está em sintonia com seu tema. Ela está a cargo da Cozinha Ocupação 9 de Julho, ligada ao Movimento dos Sem-Teto do Centro (MSTC). Segundo Carmen Silva, uma das fundadoras do MSTC e que faz a gestão de cinco ocupações em São Paulo, entre elas a Ocupação 9 de Julho, esse trabalho vai mostrar ao público que comida também é cultura – “é arte, é alquimia, é ancestralidade e é resgate de origem pelo cheiro e pelo gosto”, sublinha.
A Bienal está aberta todos os dias da semana, com exceção das segundas-feiras, e a entrada é gratuita. Além da exposição em si, há uma programação pública, que inclui apresentações musicais, ativações de obras, performances, encontros com artistas e mesas de discussão. É um programa imperdível, recomenda a GRIZZ.
Participe da GRIZZ
Se interessou pela GRIZZ e nossos conteúdos? Então fique à vontade para falar com a gente!
Ei, você viu?
Fique por dentro das notícias relacionadas
Deixe um comentário
O seu endereço de e-mail não será publicado.Campos obrigatórios são marcados com *