Dor crônica nas costas é um tormento: só nos Estados Unidos, ela afeta mais de 15 milhões de adultos. No Brasil, segundo dados da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) de 2019, o problema afeta cerca de 36% da população. Desse percentual, aponta outro estudo de julho de 2020 da mesma instituição, 50% dos que sofrem de dor crônica apresentaram piora.

A degeneração dos discos que amortecem e apoiam as vértebras, comum com o passar dos anos, é um dos principais fatores que contribuem para esse problema. Para piorar, há poucos tratamentos disponíveis. Mas uma novidade nessa área acompanhada pela GRIZZ parece ser promissora: pesquisadores norte-americanos testaram uma combinação de medicamentos que, em camundongos, removeu células envelhecidas e reduziu a degeneração dos discos. O estudo foi apresentado na revista Nature Communications.

O coquetel testado não envolve analgésicos. Em vez disso, recorre a uma classe de pequenas moléculas conhecidas como senolíticos. Esses medicamentos têm como alvo as células do corpo que estão em um processo de deterioração ligado à idade chamado senescência. Eles eliminam células senescentes e abrem espaço para sua substituição por células novas.

Os cientistas deram a camundongos jovens, de meia-idade e mais velhos um coquetel de duas drogas senolíticas, dasatinibe e quercetina, todas as semanas. A combinação funcionou, mas de uma forma diferente da esperada: os maiores beneficiados foram os animais jovens e de meia-idade. Estes mostraram menos degeneração de disco e menos células senescentes no momento em que atingiram uma idade avançada em relação aos camundongos que receberam placebo. De qualquer modo, os resultados animam os pesquisadores em relação aos testes com humanos.