Alguém pode ser considerado revelação artística aos 95 anos? Sim, se tiver iniciado oficialmente sua carreira artística aos 94. Foi o que aconteceu com Ángela Álvarez, cantora cubana radicada desde 1959 nos Estados Unidos que venceu em novembro o Grammy Latino na categoria revelação, ao lado da mexicana Silvana Estrada – de 25 anos. Ángela gravou seu primeiro álbum apenas em 2021, intitulado com seu nome. O trabalho, que está disponível em plataformas de streaming, contém 15 composições da própria cantora, canções de ninar.

Ángela, que nunca teve formação musical e atribui a Deus sua qualidade como cantora, escreveu sua primeira composição aos 14 anos. Mas ela nunca pôde se dedicar apenas à música antes dos últimos anos. Para se sustentar, ela chegou a trabalhar em atividades como colheita de tomate e faxina em escritórios de um banco.

A artista “revelação” tem quatro filhos, nove netos e 15 bisnetos, que sempre puderam desfrutar dos dotes artísticos da matriarca. Foi um dos netos, o compositor e produtor Carlos José Álvarez, quem a incentivou a se lançar profissionalmente como cantora.

No palco do Grammy, ela dedicou o prêmio conquistado a Deus e à sua amada Cuba, e a todos aqueles que ainda não realizaram o seu sonho. “Mesmo que a vida seja difícil, sempre há uma saída e com fé e amor poderemos encontrá-la. Garanto que nunca é tarde”, disse ela. Que Ángela possa voltar à premiação outras vezes, agora não mais como revelação, deseja a GRIZZ.