A extraordinária viagem pela música de Catarina Domenici
A paulista Catarina Domenici, 57 anos, é um exemplo de perseverança. Nascida na pequena São Miguel Arcanjo, ela foi expulsa de casa aos 16 anos pela mãe (que a queria seguindo medicina), ao lhe dizer que desejava fazer música 24 horas por dia. Catarina insistiu e conseguiu uma bolsa para cursar o tradicional Conservatório de Tatuí, no interior paulista. Lá, ela passou vários dias à base de uma broa de milho e um copo de café com leite, e sobrevivia tocando em bandas de baile.
Catarina fez o curso de música na Unesp, que a direcionou para a música contemporânea. Ela participou do Piap, Grupo de Percussão da Unesp, com o qual ganhou o grande prêmio numa edição do Concurso Eldorado. A vitória lhe abriu portas: mestrado e doutorado nos Estados Unidos, consolidação de carreira como pianista e, em 1993, o cargo de professora de piano na Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
Faltava um espaço a desbravar: a composição, território em geral masculino. Em 2015, Catarina se firmou nessa atividade. Duas obras para orquestra feitas sob encomenda, por exemplo, estrearam na Capela do King’s College e no Royal Albert Hall, em Londres, há alguns meses. As composições recentes incluem ainda Ciranda das Mestras, que abrange peças para piano nomeando as mulheres que marcaram sua vida, e Mosaico, para sinfônica e coro, que estreia em 11 de dezembro no Teatro Municipal de São Paulo.
A GRIZZ considera essa uma inspiradora trajetória vitoriosa, fundada, segundo Catarina, em “ter coragem para assumir que faço música porque gosto, porque me dá prazer, e porque necessito disso para viver no sentido mais profundo”.
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