A epopeia do último soldado japonês narrada em livro de Werner Herzog
Werner Herzog, 79 anos, é um dos mais famosos cineastas alemães, autor de obras como Fitzcarraldo, Aguirre – A Cólera dos Deuses e O Enigma de Kaspar Hauser. Mas não limita sua arte ao cinema: ele também dirige óperas e escreve livros. Um deles, O Crepúsculo do Mundo (Ed. Todavia), lançado recentemente no Brasil, tem uma ligação conosco: aborda a trajetória de Hiroo Onoda, o militar japonês que só se rendeu três décadas após a 2ª Guerra Mundial acabar e passou parte de sua vida aqui.
A forma como esse projeto começou reforça o traço transgressor de Herzog: em 1997, quando estava no Japão para dirigir a ópera Chushingura, soube durante um jantar pelo próprio autor da obra, Shigeaki Saegusa, que o imperador japonês Akihito queria conhecê-lo. Herzog recusou o convite e disse que só gostaria de conhecer um japonês pessoalmente: Hiroo Onoda.
Em 1944, o tenente Onoda, então com 22 anos, recebeu a ordem de seu superior, major Taniguchi, de manter sua posição na ilha filipina de Lubang “custasse o que custasse”. Foi o que ele fez: por 30 anos, escondeu-se em buracos e cavernas, sobrevivendo à base de raízes e plantas. Só saiu dessa condição em 1974, quando o próprio Taniguchi foi às Filipinas convencê-lo de que a guerra acabara.
Onoda foi para o Japão (onde é visto como herói) e, desiludido com o consumismo que viu no país, mudou-se para Mato Grosso do Sul, onde seu irmão mais velho, Tadao, criava gado. Ele voltou ao Japão em 1996 e lá faleceu, 18 anos depois. É uma história incomum, narrada com brilhantismo por Herzog e altamente recomendada pela GRIZZ.
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